História

ca. séc. IV d.c. – O substrato sócio-cultural deve a sua existência à presença de povos de caçadores-recoletores de origem bantu. O território era habitado por populações oriundas da África Ocidental que conheciam e produziam ferro, cobre e ouro e que mais tarde, favoreceram a expansão do comércio marítimo.

ca. séc. VI – Chegada dos primeiros navegadores estrangeiros. Presença das culturas árabes, persa e swahili, pelo menos nas costas.

ca. séc. VIII d.c. – Os árabes começaram o comércio de mercadorias de e para a região. Trazem carâmica, panos, vidros, missangas, sal e objectos de metal e trocam por ouro, óleo de palma, cornos de rinocerontes, pele de animais, âmbar e marfim.

1498 – 1505 – Os portugueses procuram o controle do monopólio do comércio das especiarias, então nas mãos dos árabes. A Costa moçambicana foi considerada estratégica na rota do caminho marítimo para Índia. Criadas feitorias em Sofala e na Ilha de Moçambique e, mais tarde, em Sena, Tete, Quelimane e Inhambane.

1692 – Tendo em vista o controlo do comércio e dos territórios, a Coroa Portuguesa estabeleceu um regime de concessões de terras: Os prazos. Os arrendatários recebiam terras que pertecenciam às populações africanas; eles deviam defendê-las em troca do pagamento de um imposto.

1752 – Portugal reclama Moçambique como sua possessão passando este último a ter estatuto admionistrativo separado da Índia com o nome de Governo e Capitania Geral de Moçambique, Sofala e Rios de Sena. Contudo, a exploração do interior foi muito lenta por causa, quer da resistência das populações autóctones quer da presença de outras potências europeias. Os principais produtos de comércio eram marfim, cobre, ouro e os escravos, estes últimos comprados e vendidos por chefes tribais, prazeiros e por comerciantes árabes e portugueses.

1885 – 1891 – Portugal inicia um processo de colonização efectiva do território. Dada a escassa capacidade financeira e de recursos humanos, foram entregues em concessão largas porções de terras a companhias particulares, as quais constituem verdadeiros Estados dentro do Estado.

1894- 1895 – Gungunhana chefia os guereiros  Changana contra as milícias portuguesas mas é forçado ao exílio.

1917 – Rebelião das populações africanas do Vale do Zambeze (Bárué) contra a obrigação de alinhar no exército português. Outras acções de guerrilha prolongaram-se até depois do fim da I Guerra Mundial.

1929 – Os portugueses ocupam administrativamente toda a colónia. A política do Estado Novo limita o poder das grandes Companhias. Exploração das plantações para exportação de produtos como algodão, açúcar, caju, copra, chá e sisal.

1945 – Portugal opõe-se ao movimento de descolonização e inicia-se um rápido processo de desenvolvimento nas colónias tendo em vista a integração das respectivas populações.

Década de 50 – Em 1951, Moçambique recebe estatuto de Província do Ultramar. Aumenta o número de imigrantes portugueses. A Chegada dos colonos, na sua maioria gente humilde, impediu a evolução de uma pequena burguesia de autóctones, através da monopolização de oportunidades de trabalho para a função pública e sufocou as aspirações nacionalistas, impedindo aos africanos o acesso ao poder burocrático e administrativo. EM finais desta década, a economia atravessa uma fase de expansão mantendo-se muito embora as enormes clivagens sociais que separavam por exemplo, os europeus dos negros “não assimilados”.

Década de 60 – Em 1960, ocorre o Massacre de Mueda (Cabo Delgado) pelas forças coloniais. Em 1962, três grupos nacionais de oposição ao regime colonial conseguiram formar a Frelimo, em Dar-es-Salaam. Em 1964, começa a guerra de libertação. A Frelimo empreendeu um a guerrilha  anti-colonial a partir do Norte envolvendo a população rural na luta. No final desta década, mais precisamente em 1968, inicia-se a construção de Cahora Bassa.

Década de 70 – Em 1972, Moçambique recebe estatuto de estado semi-autónomo da Metrópole. As maiores receitas provêm dos portos e caminhos de ferro. As importações eram aproximadamente o dobro das exportações. Défice da balança comercial era compensado com as receitas do turismo da África do Sul e, com as remessas dos moçambicanos que trabalhavam nas minas da África do Sul e da Rodésia. Em 1974, as delegações da Frelimo e do Estado Português reúnem-se na capital zambiana para assinatura dos Acordos de Lusaka conducentes à Independência de Moçambique, cuja data é estabelecida para 25 de Junho de 1975.

Às zero horas do dia 25 de Junho de 1975, é proclamada a Independência de Moçambique, pelo então Presidente da FRELIMO e Primeiro Presidente da República, o saudoso Samora Moisés Machel.